A ambição e o desejo de subir na vida era grande, mas, devido aos sucessivos fracassos de todos os negócios e profissões em que se metia, a sua vida foi inevitavelmente minada pela dependência dos seus poderosos sogros, os Tulsis, com os quais foi forçado a viver a maior parte do tempo. Os Tulsis eram uma família de prósperos comerciantes, em cujas lojas e armazéns trabalhava toda a família. Mas os filhos e genros não só trabalhavam, como viviam com os patriarcas da família. As filhas e noras tomavam conta da casa e criavam a criançada.

Por isso, quando casou, Biswas passou a viver em conjunto com sogros, cunhados, cunhadas e sobrinhos. Sentia-se lá muito mal, pois não eram o seu género de pessoas e não conseguia aguentar viver com a mulher e os filhos num quarto, aturar as caturrices dos cunhados e a barulheira dos sobrinhos. Por isso, o seu sonho era conseguir ganhar o suficiente para ter a sua própria casa, onde pudesse viver em paz com a esposa e os filhos. Mas tudo lhe corria mal na vida e acabava sempre por voltar para a casa dos Tulsis.

O tempo foi passando e dois dos seus filhos foram estudar para universidades estrangeiras. Prematuramente envelhecido, conseguiu um emprego como jornalista e achou que, finalmente, tinha condições para adquirir uma casa. Mas, mais uma vez, lhe faltou sorte e meteu-se com um vigarista, que o enganou. Acabou por ficar endividado e numa casa sem condições. Entretanto, a sua saúde deteriorava-se cada vez mais e foi despedido do jornal. Será que vai realizar o seu sonho e viver feliz na sua casa?

Este romance é uma caricatura da sociedade com grande humor, nomeadamente a sociedade pós-colonial e pós-esclavagista em que Naipaul foi criado, como filho de indianos emigrados nas Caraíbas. É também um hino à resistência, à persistência e à capacidade humana de lutar contra as adversidades da vida sem desanimar e sempre com a esperança de que o dia de amanhã seja melhor do que hoje.