“E agora, como saio daqui?”, pensei. Cliquei na tecla Esc, mas nada aconteceu. Depois de ficar uns segundos bloqueado, lembrei-me de usar o recurso milagroso das teclas Ctrl+Alt+Del, para fechar o Facebook, mas não apareceu a habitual mensagem a indicar as aplicações abertas. “Só me resta o último recurso do costume” e decidi calcar o botão que força o fecho do computador. Depois de alguns segundos, este apagou.

“Devia ser algo que correu mal no arranque”, pensei. Arranquei o computador de novo, mas, ao abrir o Facebook, lá estava de novo a mensagem: ESTÁS MORTO, MORRESTE ONTEM! Comecei a ficar nervoso e a pensar que a coisa seria mais grave do que imaginava. “Será uma questão de browser? Vou ver no smartphone”.

Peguei no telemóvel e, ao entrar no Facebook, lá estava a mesma mensagem: ESTÁS MORTO, MORRESTE ONTEM! “É um bug no Facebook, está visto”, concluí, “só pode ser”. Vou perguntar a alguém se lhe está a acontecer o mesmo. Liguei a um colega e perguntei-lhe:

– Já entraste hoje no Facebook?

– Sim, respondeu ele.

– Viste alguma coisa de especial?

– Especial em quê? Está tudo normal.

– Ok, deixa lá. É que eu não consigo entrar. Deve ser qualquer problema no meu computador.

Agradeci e desliguei a chamada.  Mas a mensagem lá continuava igual no telemóvel e no computador a observar-me. “Será que estou a ficar paranoico?” Fechei raivosamente  todas as janelas do telemóvel e desliguei os dados.

Voltei ao computador e repeti os passos que já tinha dado anteriormente. Mas, depois de arrancar o computador, tive outra ideia: “Vou entrar com outro browser: em vez do Chrome,  vou abrir o Edge”. Assim fiz, mas, ao abrir o Facebook, lá estava a mensagem: ESTÁS MORTO, MORRESTE ONTEM! E foi então que comecei a sentir-me verdadeiramente louco.

Tentei não perder a calma e decidi fazer outra coisa. Voltei a fazer o fecho forçado do computador e liguei-o de novo. “Agora vou começar por ver as mensagens. Talvez tenha alguma pista”. Abri o Gmail e havia uma nova mensagem com o simples título: “Urgente, abra já!” Ansioso, abri a mensagem e nem me lembrei de ver a origem. Qual não foi o meu espanto quando o texto na mensagem era: QUEM TE MANDA SER ESTÚPIDO? LEMBRAS-TE DA PERGUNTA QUE ME FIZESTE ONTEM?

Só então me lembrei de que, de facto, ontem não resisti à curiosidade, ao ver todos os meus amigos a fazer perguntas ao ChatGPT e revolvi fazer também uma pergunta. Não que eu achasse alguma graça à nova moda de testar o novo chat, porque não acreditava que aquilo fosse tão inteligente como os outros diziam, até pelas respostas que eles orgulhosamente propagandeavam no Facebook todos vaidosos e que eu achava completamente estúpidas.

Depois de pensar muito, resolvi fazer uma pergunta sem sentido, para poder provar aos meus amigos que o ChatGPT não foi capaz de me dar uma resposta com lógica. A minha pergunta foi:

- SE EU MORRER HOJE, O QUE VOU LER AMANHÃ NO FACEBOOK?

A resposta foi simples e breve:

- SÓ AMANHÃ TE POSSO RESPONDER!

Estarei mesmo morto e ainda não dei conta?