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Os Meus Nobel

Aqui encontra informação sobre a vida e a obra de grandes escritores, galardoados com o Prémio Nobel de Literatura ou não, minhas recensões de livros, textos de minha autoria e notícias literárias

Os Meus Nobel

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Os Dez Espelhos de Benjamim Zarco

Vibarao, 18.10.22

Os Dez Espelhos de Benjamim Zarco.png

Comentário ao livro “OS DEZ ESPELHOS DE BENJAMIM ZARCO” de Richard Zimler

Este é o quinto volume de uma série de Richard Zimler sobre a família Zarco, uma família de judeus sefarditas portugueses que saíram do País no início do séc. XVI, para fugir à Inquisição. É difícil eleger qual o melhor volume, mas "Os Dez Espelhos de Benjamim Zarco" não é inferior aos anteriores e, na minha opinião, deixa o caminho aberto para uma continuação, se o autor o puder e quiser fazer. Os seus fiéis leitores gostariam...

Para situar o leitor que ainda não tenha lido os livros anteriores, começo por um breve resumo cronológico dos volumes anteriores:

"O Último Cabalista de Lisboa" marca o início do êxodo da família. A personagem principal é Berequias Zarco que fugiu de Lisboa quando a Inquisição chegou e todos os judeus foram transformados à força em cristãos e vai ser o investigador do que se passou realmente com o seu tio Abraão Zarco, um famoso cabalista e iluminador que residia no bairro lisboeta de Alfama, que não foi morto e queimado na horrorosa caça aos Judeus da Páscoa de 1506, mas apareceu degolado na sua própria casa, em circunstâncias misteriosas.

 

A Sétima Porta

Vibarao, 12.10.22

A Sétima Porta.png

Comentário ao livro “A SÉTIMA PORTA” de Richard Zimler

Os romances de Richard Zimler (pelo menos os que conheço) têm todos uma linha comum: mostram, de um lado, poderosos alienados por ideologias ou religiões distorcidas, que oprimem os fracos e praticam as mais obscenas arbitrariedades sobre estes, em nome das suas crenças; do outro, oprimidos que buscam a verdade, numa tentativa de descobrir as motivações dos seus algozes e manter a ilusão de vir a conseguir destruir o seu poder e repor a justiça. É por este motivo, que são uma mistura de horror com policial, mas um policial com um papel secundário na história, funcionando mais como pano de fundo. Este livro é mais um exemplo deste perfil da escrita do autor.

Em mais uma aventura da família Zarco, encontramos Isaac Zarco como personagem principal e modelo das vítimas do regime nazi. O cenário principal do romance é Berlim durante todo o período do regime fascista na Alemanha. Começa com a tomada do poder por Hitler em 1932 e vai até ao fim da 2ª Guerra Mundial, com a sua derrota e o fim desta época de terror que varreu a Europa (e o resto do mundo) de uma maneira inesperada e fulminante. Isaac é o atual detentor dos manuscritos de Berequias Zarco, sobrevivente desta família de judeus sefarditas que foi vítima do pogrom lançado pela Inquisição no século XVI sobre os judeus em Portugal.

 

Meia-Noite ou O Princípio do Mundo

Vibarao, 29.09.22

Meia-Noite ou O Princípio do Mundo.png

Comentário ao livro “Meia-Noite ou O Princípio do Mundo” de Richard Zimler

Apesar deste ser o terceiro volume do “Ciclo Sefardita” sobre a família Zarco, iniciado com “O Último Cabalista de Lisboa” e continuado com “Goa ou o Guardião da Aurora”, cujos comentários já aqui deixei, “Meia-Noite ou o Princípio do Mundo” foi o primeiro livro da saga que li, já há muitos anos. Mas este facto não retirou o mínimo interesse à leitura, porque todos são histórias independentes passadas em diferentes épocas da História. Na verdade, foi um prazer ler este volumoso volume, que prendeu a minha atenção desde o início até ao fim.

Como é habitual nos livros desta saga, é uma história muito bem construída e enquadrada nos acontecimentos históricos da época: as lutas entre absolutistas e liberais, as invasões francesas, os saudosistas da Inquisição e a semiclandestinidade dos Judeus e cristãos-novos, o desenvolvimento da Companhia das Vinhas do Alto Douro, a resistência dos interesses económicos ao fim da escravatura e a desumana situação dos escravos negros nos estados do sul dos E.U.A.

 

Goa ou o Guardião da Aurora

Vibarao, 22.09.22

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Comentário ao livro “GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA” de Richard Zimler

Este é o segundo volume do “Ciclo Sefardita” sobre a família Zarco, iniciada com “O Último Cabalista de Lisboa”, cujo comentário já aqui deixei há algum tempo, que descreve o horroroso pogrom do domingo de Páscoa de 1506, no qual foram queimados na Praça do Rossio em Lisboa milhares de cristãos-novos, acusados de continuarem a praticar secretamente a religião proibida em que tinham sido criados. Em “O Último Cabalista de Lisboa” conta-se que Berequias Zarco se fixou com os seus familiares sobreviventes na Turquia e aí escreveu “O Espelho que Sangra”, onde descreve os acontecimentos trágicos daquela semana de terror, cujo manuscrito a família guarda religiosamente e transmite de geração em geração.

 

O Último Cabalista de Lisboa

Vibarao, 13.08.22

O último cabalista de Lisboa.jpg

Comentário ao livro “O ÚLTIMO CABALISTA DE LISBOA” de Richard Zimler

Consegui, finalmente, ler este livro que foi o primeiro romance de Richard Zimler. Publicado em 1996, lançou imediatamente o autor nas altas esferas da literatura portuguesa e internacional. Basta dizer-se que o volume que eu possuo, editado em 2006, era já a 13ª edição! "O Último Cabalista de Lisboa" foi o início do 'Ciclo Sefardita' que narra a saga da família Zarco e vai já no seu quinto livro. Cada novo romance é mais um bestseller.

Neste livro a história desta família de judeus sefarditas de origem portuguesa começa da maneira mais trágica: com o horroroso pogrom do domingo de Páscoa de 1506, no qual foram queimados na Praça do Rossio em Lisboa milhares de cristãos-novos, como eram chamados os judeus e os muçulmanos que, na sequência do édito real do rei D. Manuel I, foram forçados a se converterem ao cristianismo. O incidente deu-se por terem sido acusados pela população, instigada pelos padres dominicanos (que viriam depois a dominar a Santa Inquisição), de realizarem práticas da sua anterior religião, consideradas heréticas. Segundo os acusadores, seria esse facto que estava a causar a seca que já durava há quase três meses e da peste que começava a grassar na cidade, e era preciso fazer correr o sangue dos 'Marranos' pecadores, para acalmar a ira de Deus.

 

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