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Comentário ao livro “A SEGUNDA VIDA DE FRANCISCO DE ASSIS” de José Saramago
José Saramago escreveu esta peça de teatro em 1986, como uma parábola sobre o capitalismo e o poder dentro das empresas. Já nos apresenta sondagens de opinião, computadores, conselhos de administração, presidentes e gestores financeiros (a que hoje se chama pomposamente CEO's e CFO's), enfim, o pão nosso de cada dia nos nossos tempos. É o visionário Saramago a manter toda a sua atualidade.
Então imagina que São Francisco de Assis, o fundador de uma Ordem Religiosa de frades mendicantes, regressa à Terra e encontra os seus franciscanos transformados numa grande empresa, com um conselho de administração que gere a sua enorme fortuna resultante das doações e esmolas recebidas ao longo dos séculos. Fica escandalizado e quer voltar às origens. Perante as resistências encontradas, chega a equacionar extinguir a Ordem. Mas acaba por reconhecer que hoje já não interessa ser pobre e andar a pedir esmola pelas ruas – isso já não edifica ninguém, não é uma postura santificadora e até é mal visto pela sociedade. Na sua "nova vida" vai dedicar-se à luta pela erradicação da pobreza no mundo.