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Comentário ao livro “OS PEIXES TAMBÉM SABEM CANTAR” de Halldór Laxness
Reiquiavique, a capital da Islândia, não era no início do século XX mais do que um pequeno povoado à beira-mar, numa zona excecionalmente quente daquele país gelado, devido às muitas fontes termais da região. A Islândia não era independente e fazia parte da Dinamarca, que ali tinha instalado um governo mais ou menos autónomo, controlado pelos comerciantes dinamarqueses que ali se estabeleceram e exploravam especialmente as pescas (do bacalhau e não só), mas também a agricultura, a lã dos rebanhos de ovelhas, o enxofre das termas e outras atividades. O povo islandês ansiava pela independência e começaram a formar-se grupos de resistência.
Estes temas são magistralmente narrados por Halldór Laxness em obras como “Gente Independente”, “O Sino da Islândia” e “Os Peixes Também Sabem Cantar”. “Gente Independente” é um conjunto de dois livros publicados em Portugal num só volume cujo tema é a vida dos criadores de ovelhas explorados; “O Sino da Islândia” é uma trilogia, também editada em Portugal num só volume, que põe a tónica na luta pela independência, ao narrar a história de um homem condenado por roubar a corda de um sino, a fim de impedir que este fosse levado para Copenhaga; “Os Peixes Também Sabem Cantar” tem como pano de fundo a pobreza dos pescadores islandeses, cuja vida começa a perigar quando os dinamarqueses iniciam a exploração das pescas com recurso a barcos grandes e com novas tecnologias.