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Comentário ao livro “MARIANNA SIRCA” de Grazia Deledda
A autora deste livro, Grazia Deledda, nasceu na Sardenha e ali viveu até se casar aos 29 anos e se mudar para Roma. Pertencia a uma família da pequena-burguesia e a casa de família estava construída numa encosta muito arborizada numa zona rural e com uma vista deslumbrante, onde convivia com os pastores que por ali pastoreavam os seus rebanhos. Também por ali circulavam grupos organizados de bandidos que se escondiam nas florestas e se acoitavam em cavernas, vivendo de assaltos a vivendas e às explorações agro-pastoris da região. Ainda muito nova começou a escrever para alguns periódicos regionais e tinha pouco mais de vinte anos quando foi convidada para fazer uma recolha sobre as lendas da Sardenha, que foi publicada numa revista. Este trabalho veio a ter um importante papel em toda a sua obra de romancista, pois todos os seus livros têm a Sardenha como cenário e os seus costumes, tradições e lendas como base das tramas das suas obras. São baseadas quase sempre em histórias tradicionais que se contavam ao serão, muitas delas sobre paixões avassaladoras que acabam em tragédia, ou em superstições que passavam de geração em geração e condicionavam a vida dos habitantes, especialmente nos meios rurais e mais tradicionalistas.
É o caso de “Marianna Sirca”, um dos seus romances da fase mais amadurecida, com uma maior riqueza lexical e maior musicalidade do que os livros da sua juventude. É, sem dúvida, uma das suas obras-primas.