Comentário ao livro “PLATERO E EU” de Juan Ramon Jiménez
Este pequeno livro ilustra maravilhosamente o género de poesia lírica que foi apanágio de Jiménez. É um conjunto de poemas em prosa poética e ilustra a relação entre Platero, um velho burro, e o seu dono, provavelmente um idoso, talvez viúvo e reformado, porque anda sempre vestido de negro e com longas barbas brancas, cujo nome nunca é pronunciado.
O autor, Juan Ramón Jiménez, foi um escritor espanhol, essencialmente um poeta, que foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1956. Foi opositor ao regime do general Franco, pelo que teve de se exilar em 1936, passando o resto da sua vida em Porto Rico, depois de passar algum tempo noutros países. Foi sempre acompanhado pela sua esposa Zenobia Camprubí, também poeta, uma companheira e amiga fiel, cuja morte em 1955 o deixou numa grande depressão, vindo a faleceu três anos depois.
“Platero e Eu” terá sido escrito em 1907, segundo a data que consta no final do penúltimo poema, mas foi publicado em 1914. O último poema é uma dedicatória a Platero e terá sido escrito por altura da publicação. Jiménez tinha pouco mais de 30 anos quando o livro saiu e ainda não tinha casado com Zenobia. Na altura em que foi escrito, o autor residia em Moguer, a sua terra natal, uma pequena localidade situada no sul de Espanha perto de Huelva, na Andaluzia, que terá inspirado o cenário para o livro.