Séculos depois, o povo começou a celebrar esse dia como a festa da luz (ou das candeias, o meio de iluminação da época), significando que Jesus era a Luz que veio tirar o mundo das trevas do pecado. No século X, o Papa oficializou a celebração que se chama oficialmente “Festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo e da Purificação de Nossa Senhora”.  Começou por ser uma procissão à luz de candeias. Ainda hoje a Igreja Católica celebra o acontecimento neste dia, fazendo-se em muitas igrejas a bênção das crianças e/ou uma procissão à luz de velas, encontrando-se as janelas das casas por onde esta passa iluminadas com candeias ou lanternas.

Nossa Senhora começou a ser venerada sob esta invocação em Portugal especialmente no século XV. Diz a lenda que um devoto de Nossa Senhora encontrou uma imagem da Mãe de Deus envolvida por uma estranha luz, no sítio de Carnide, nos arredores de Lisboa, tendo sido fundado ali um convento e uma igreja dedicada à Senhora da Luz, que foi muito danificada com o terramoto de 1755, mas foi reconstruída e é a Igreja Paroquial daquela freguesia, hoje integrada da cidade.

Nossa Senhora é a padroeira das ilhas Canárias sob a invocação de “Nossa Senhora da Candelária”. Segundo a tradição, a Virgem das Candeias ou da Luz apareceu numa praia na ilha de Tenerife em 1400. Os nativos guanches da ilha ficaram com medo dela e tentaram atacá-la, mas as suas mãos ficaram paralisadas. A imagem foi guardada numa caverna, onde, séculos mais tarde, foi encontrada e construído o Templo e Basílica Real da Candelária.

Em Portugal e Brasil, há muitas igrejas dedicadas a "Nossa Senhora da Luz", "Nossa Senhora das Candeias", “Nossa Senhora da Purificação” ou "Nossa Senhora da Candelária", esta última designação mais comum no Brasil, devoção levada pelos colonizadores portugueses.

Imagem: Altar-mor da Igreja de Nossa Senhora da Luz de Carnide