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Os Meus Nobel

Aqui encontra informação sobre a vida e a obra de grandes escritores, galardoados com o Prémio Nobel de Literatura ou não, minhas recensões de livros, textos de minha autoria e notícias literárias

Os Meus Nobel

Aqui encontra informação sobre a vida e a obra de grandes escritores, galardoados com o Prémio Nobel de Literatura ou não, minhas recensões de livros, textos de minha autoria e notícias literárias

Um Homem e o Seu Cão

Vibarao, 05.09.22

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Comentário ao livro “UM HOMEM E O SEU CÃO” de Thomas Mann

Um homem e a sua família que vivem numa zona próxima do rio, ficaram sem o seu cão de guarda que teve de ser abatido por doença, e sentem a sua falta. Souberam que havia um a precisar de ser adotado, pois vivia aos cuidados da dona de uma modesta estalagem de montanha. Foram ao local e deram com um cãozito arraçado de perdigueiro medroso, encolhido e escanzelado, mas comoveram-se com aquele pequeno ser maltratado e levaram-no para casa. Deram-lhe o nome de Bauschan e, apesar de lhe faltarem muitas características da raça pura, tal não impedia que fosse adorado pelos donos. Era um bocado trapalhão, mas também muito brincalhão e leal ao seu dono, que o levava a passear pelos campos e se divertia com as suas trapalhadas e caçadas a fingir, tornando-se grandes compinchas.

 

O Livro dos Gatos

Vibarao, 01.09.22

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Comentário ao livro “O LIVRO DOS GATOS” de T. S. Eliot

“O Livro dos Gatos” é uma coleção de poemas de T. S. Eliot muito diferente de todas as outras, pois não foram escritos com intenção de ser alguma vez publicados. É um conjunto de quinze poemas publicados pela primeira vez em 1939, que se tornaram o seu livro mais célebre, com leitores de todas as idades e culturas, sendo hoje uma das obras mais traduzidas e lidas em todo o mundo. São histórias infantis recomendadas em Portugal pelo Plano Nacional de Leitura para as crianças do 5º ano.

 

Vozes de Chernobyl

Vibarao, 31.08.22

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Comentário ao livro “VOZES DE CHERNOBYL” de Svetlana Alexievich

Svetlana Alexievich, filha de pai bielorusso e mãe ucraniana, é uma jornalista que desenvolveu o género literário de não-ficção conhecido por “romances de vozes” e lhe valeu ganhar o Prémio Nobel de Literatura de 2015. Usa uma técnica de colagem de testemunhos individuais, de que resulta uma escrita situada a meio caminho entre a literatura e o jornalismo. Esta técnica permite aproximar mais o leitor da substância humana dos acontecimentos descritos, levando-o a sentir-se um observador quase participante desses acontecimentos.

O primeiro livro onde utilizou esta técnica foi “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher” de 1985, escrito a partir de uma série de entrevistas a mulheres russas que participaram na Segunda Guerra Mundial. Este género literário continuou a ser usual nas obras de Svetlana Alexievich, nomeadamente este “Vozes de Chernobyl” dedicado à terrível catástrofe que foi o desastre de ocorrido nesta Central Nuclear.

 

Isso não pode acontecer aqui

Vibarao, 26.08.22

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Comentário ao livro “ISSO NÃO PODE ACONTECER AQUI” de Sinclair Lewis

Depois de ganhar o Prémio Nobel, Sinclair Lewis escreveu mais 11 romances, dez deles publicados ainda em vida. O mais lembrado deste período é “It Can't Happen Here” editado em 1935, que foi traduzido em Portugal com o título “Isso Não Pode Acontecer Aqui”.  O livro é uma distopia passada no futuro, quando o demagogo Berzelius ‘Buzz’ Windrip se tornou presidente dos EUA. Aconteceu aquilo que parecia nunca poder acontecer no país que é considerado o campeão da democracia, a eleição de um fascista como presidente dos Estados Unidos da América.

 

Herzog

Vibarao, 16.08.22

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Comentário ao livro “Herzog” de Saul Bellow

Moses Herzog, professor universitário, está numa crise existencial, depois de se ter divorciado da sua segunda esposa. As suas faculdades de concentração durante as aulas começam a falhar. Dá por si ausente, a divagar por diversos e desencontrados temas, com ausências cada vez menos curtas e mais frequentes. É então que inicia uma escrita obsessiva de cartas endereçadas a familiares e amigos, mas também a políticos, cientistas, filósofos, uns vivos, outros já falecidos. Traz sempre consigo uma maleta cheia de papéis com apontamentos e missivas que nunca irão ser enviadas. Os que estão à sua volta começam a duvidar da sua sanidade mental. Com estas cartas, espera mostrar que não está louco. A quem pretende enganar: a si ou aos outros?

 

Terra Abençoada

Vibarao, 02.08.22

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Comentário ao livro “TERRA ABENÇOADA” de Pearl S. Buck

Estamos, na verdade, perante uma obra soberba. Embora fosse o segundo livro publicado por Pearl S. Buck, foi, entre os seus mais de 110 livros, talvez o melhor e aquele que mais prestígio lhe granjeou. Para além de vencer o prémio Pulitzer no ano seguinte a ser editado, terá contribuído decisivamente para que fosse atribuído o Prémio Nobel da Literatura à autora, aos 46 anos de idade. Note-se que só 12 mulheres* venceram este prémio até hoje (2012) e é, por regra, atribuído a autores consagrados e já em final de carreira.

 

 

Dora Bruder

Vibarao, 28.07.22

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Comentário ao livro “DORA BRUDER” de Patrick Modiano

Depois de ter lido outros livros de Patrick Modiano, foi sem surpresa que li este “Dora Bruder”. Tal como os outros, o autor parte de um pequeno pormenor que lhe desperta a atenção, para construir uma história sobre a cidade de Paris do tempo da sua infância e juventude. Note-se que, tal como nos outros livros, o narrador não é Patrick Modiano, mas uma personagem com muito de autobiográfico, neste caso um escritor que nasceu no ano seguinte ao fim da segunda guerra mundial.

 

 

Gente Independente

Vibarao, 19.07.22

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Comentário ao livro “GENTE INDEPENDENTE” de Halldór Laxness

Em boa hora a Cavalo de Ferro decidiu editar as principais obras de Harldór Laxness, injustamente inéditas em Portugal. E, muito justamente, começou por esta extraordinária saga que é “Gente Independente”. Editou depois num só volume a trilogia “O Sino da Islândia” e, finalmente, “Os Peixes Também Sabem Cantar”.

 “Gente Independente” é um conjunto de dois livros publicados em Portugal num só volume, cujo tema é a vida dos criadores de ovelhas explorados. A história tem lugar na Islândia no início do século XX e narra o percurso de vida de Bjärtur, um modesto trabalhador agrícola que, num ato arrojado, compra a prestações uma propriedade abandonada, que ninguém queria, por causa de acontecimentos do passado que a ligam a fantasmas e acontecimentos estranhos. Corajosamente, vai ultrapassar isso tudo e conseguir pagá-la e tornar-se um proprietário, apesar das superstições e de tudo o que de negativo lhe foi acontecendo, como mortes, abandonos, pestes, traições e cataclismos naturais.

 

A Mulher de Cabelo Ruivo

Vibarao, 18.07.22

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Comentário ao livro A MULHER DE CABELO RUIVO de Orhan Pamuk

Pode dizer-se que Pamuk é um escritor nato, porque nunca teve outra profissão se não escrever. Tirou o curso de Jornalismo, mas nunca foi jornalista. Também é um habitante completo da cidade de Istanbul, porque ali reside desde que nasceu até hoje, salvo um período de três anos em que esteve nos EUA com a esposa que ali frequentou a Universidade. E tem vivido sempre na mesma zona da cidade, residindo agora na casa onde nasceu. Não admira, pois, que as histórias da generalidade dos seus romances se passem nesta cidade da Turquia. É o caso de “A Mulher de Cabelo Ruivo”, o seu 10º e mais recente romance.

A personagem principal é Cem que narra na primeira pessoa a sua história desde a infância até ao dia da sua morte. Há um capítulo final que é narrado também na primeira pessoa, mas pela “mulher de cabelo ruivo” que faz o enquadramento da forma como conheceu Cem e conta os acontecimentos após a morte deste.

 

Conduz o teu arado sobre os ossos dos mortos

Vibarao, 12.07.22

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Comentário ao livro “CONDUZ O TEU ARADO SOBRE OS OSSOS DOS MORTOS” de Olga Tokarczuk

Começo por alguns dados biográficos da autora, que me parecem pertinentes para entender melhor este livro. Olga Tokaurczuk nasceu quando a Polónia fazia parte do bloco de Leste e viveu as lutas pela independência e a implantação da democracia, e depois a queda da URSS e a destruição do muro de Berlim. Mas o mais importante para falar deste livro foi a sua infância passada no campo, pois os seus pais eram professores numa zona rural e passava as férias no campo com os avós. Era muito observadora e divertia-se a passear pelos campos, a tomar banho nos rios, a observar os camponeses, os animais selvagens e as plantas. Também gostava de ouvir os seus avós contavam-lhe histórias do passado da região e ver velhas fotografias de família. Mais tarde, depois de já ser uma escritora conhecida, Olga Tokarczuk adquiriu uma casa no vale polaco Kłodzko, onde vive uma parte do ano cercada pela natureza e tem oportunidade de aprofundar o seu interesse pela ecologia. Este local foi a inspiração para o cenário deste e de outros livros.

“Conduz o teu Arado sobre os Ossos dos Mortos” tem como personagem principal uma excêntrica idosa que foi engenheira de pontes e professora. Está agora aposentada e reside numa pequena aldeia no meio do campo. É um dos três únicos residentes permanentes, porque as restantes moradias pertencem a pessoas que só ali passam as férias do verão. Por isso, ela encarrega-se de ir vigiando diversas casas a pedido dos respetivos donos. Uma dessas casas pertence a uma escritora que ali passa sempre o verão, o que me pareceu uma evidente alusão de Olga Tokaurczuk a si própria.

 

 

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