Naquele tempo...
Disse o profeta Amós aos responsáveis do povo: "Ai daqueles que vivem comodamente em Sião e dos que se sentem tranquilos no monte de Samaria. Deitados em leitos de marfim, estendidos nos seus divãs, comem os cordeiros do rebanho e os vitelos do estábulo. Improvisam ao som da lira e cantam como David as suas próprias melodias. Bebem o vinho em grandes taças e perfumam-se com finos unguentos, mas não os aflige a ruína de José. Por isso, agora partirão para o exílio à frente dos deportados e acabará esse bando de voluptuosos." (Am. 6, 1; 4-7)
No nosso tempo...
Havia uns empresários que viviam luxuosamente sem se importarem com o sofrimento do povo que passava fome. Uns eram donos de grandes conglomerados industriais, onde pagavam ordenados de miséria. Outros possuíam gigantescas herdades, onde servos da gleba produziam os cereais que iam encher os celeiros dos senhores. Viviam em grandes mansões, passeavam-se em carros de gama alta e faziam férias em paraísos tropicais. Frequentavam hotéis de luxo, deliciavam-se em esplêndidos SPA's, onde o seu corpo era percorrido por mãos macias e sedosas. Era frequente serem vistos a jantar com os políticos que governavam esse país com mão de ferro, apoiados numa polícia feroz que mantinha o povo amordaçado. Chegou-se ao ponto de proibir a liberdade de pensamento, censurando os jornais, revistas, rádio e televisão. Só eram publicados os livros que os ideólogos do Partido do Governo autorizavam. Aliás, todos os outros Partidos foram proibidos.