Meia-Noite ou O Princípio do Mundo
Comentário ao livro “Meia-Noite ou O Princípio do Mundo” de Richard Zimler
Apesar deste ser o terceiro volume do “Ciclo Sefardita” sobre a família Zarco, iniciado com “O Último Cabalista de Lisboa” e continuado com “Goa ou o Guardião da Aurora”, cujos comentários já aqui deixei, “Meia-Noite ou o Princípio do Mundo” foi o primeiro livro da saga que li, já há muitos anos. Mas este facto não retirou o mínimo interesse à leitura, porque todos são histórias independentes passadas em diferentes épocas da História. Na verdade, foi um prazer ler este volumoso volume, que prendeu a minha atenção desde o início até ao fim.
Como é habitual nos livros desta saga, é uma história muito bem construída e enquadrada nos acontecimentos históricos da época: as lutas entre absolutistas e liberais, as invasões francesas, os saudosistas da Inquisição e a semiclandestinidade dos Judeus e cristãos-novos, o desenvolvimento da Companhia das Vinhas do Alto Douro, a resistência dos interesses económicos ao fim da escravatura e a desumana situação dos escravos negros nos estados do sul dos E.U.A.